quinta-feira, 6 de maio de 2010

6º Ciclo - 1ª Sessão

Terça-feira foi um dia macho, que é como quem diz, um dia...difícil.
Muito difícil.

Começou logo bem com o Bombeiro a apitar rua fora, às seis e meia da manhã.
Nada como isto para nos alegrar o dia.

O roncar dum motor a gasóleo, velho ainda por cima, ouve-se ainda no início da rua, então quando está a chegar à nossa porta, parece é que está a entrar dentro da nossa sala. Ainda assim, este Bombeiro em particular, tem algo de festeiro e gosta de chegar e de se fazer notar...e com a buzina.
Quem ouvir ainda pensa que vamos para alguma festa...

Mas acerca dos Bombeiros, eu deixo para outro dia, que isso é assunto que dá para fazer um blog inteiro. Juro.

Fomos apanhar mais uns doentes a caminho e chegámos a Coimbra ainda antes das 8 horas da manhã, aquilo ainda nem estava aberto.
Achámos que isso nem era mau, afinal, ficámos o número 6, o que significa ter consulta mais cedo, tratamento mais cedo e ir para casa mais cedo também.
Pensávamos nós.

Tudo a correr como habitual. Ele completamente grogue, por causa do comprimido que toma na noite anterior para descansar melhor e evitar que fuja dali. Sim, porque o que lhe apetece mesmo, mesmo, é desatar a correr dali para fora, mas como isso não é uma opção, droga-se o gajo e assim, meio dormente ele nem sabe bem ao que vai e colabora.

Lá fez as análises e foi chamado para consulta, pouco passava das dez da manhã.
Nunca tal.

Na consulta nada de novo, ele parece continuar a reagir bem ao tratamento e não se fala muito mais, afinal, a PET, é que dirá a certeza.
Aqui, a médica não adianta muito.
Fala-se de possibilidades, de datas, de opções, de decisões, mas sem nada em concreto.
Vamos esperar.

Tudo parece estar bem à excepção das veias.
Começa então a colocar-se um problema, implantar ou não um cateter, as veias dele estão completamente desgraçadas, num braço estão secas, no outro parecem pedra. Esta questão surge neste momento, porque ainda lhe falta uma sessão, mas se, depois dos resultados da PET, os médicos decidirem que ele ainda tem de fazer os restantes 2 ciclos, 4 sessões, as veias não aguentam mesmo e então aí tem mesmo de se pôr um cateter.

Mas nesta altura, todos acreditamos que vai ficar pelos 6 ciclos e por isso tem de se encontrar uma solução para a próxima quimio, dia 18 de Maio.

Desta vez correu bem malzinho.
Vomitou bastante, lá dentro, cá fora, em casa.
Picaram-lhe o braço que já tem as veias secas e aquilo começou a doer imenso e tiveram de interromper o tratamento.
Nesse braço as veias pareciam desenhadas a marcador vermelho que era o líquido a passar na veia e que lhe estava a dar dores terríveis. Lá procuraram no outro braço, na parte de cima e lá deu.
Desta vez, trouxe uma receita de uma pomada para pôr nas veias, para aliviar.

Como vi que ele entrou na sala de tratamento muito cedo, resolvi ligar aos Bombeiros para avisar que iríamos sair dali por volta das 13:30 e não das 15:30 como costuma ser habitual.
Tudo certo, o problema é que os Bombeiros também tiveram que ir buscar outro doente a outro hospital e nós estivemos 1 hora e dez minutos à espera à porta.
Eles não têm culpa, coitados, ninguém tem, mas o que é certo, é que o desgraçado esteve à porta e sempre a vomitar e depois, ao sol faz mal, ele não pode apanhar sol e à sombra estava um frio que não se podia, caramba!

Desta vez decidi que não vou mais de ambulância, não vale a pena. Talvez quando formos ao Porto, à PET, só vamos nós, e o Bombeiro vai e vem connosco directo, e ainda com a vantagem que aquilo como é na Av. da Boavista, não há estacionamentos e os Bombeiros podem estacionar à porta.
Assim sim, de resto, acho que para nós, neste fase, é melhor não irmos de ambulância.

Mas lá chegámos a casa sãos e salvos, isso é que é importante.
Terça, foi péssimo.
Quarta, foi mau.
Hoje foi melhor. Bem melhor.

Amanhã?
Logo se vê.

As veias continuam bem mal, as dores também, as naúseas vão e vêm, mas hoje à tarde saímos e ele embora não conseguisse conduzir animou.
À noite já se sentia mais seguro e arriscou ir ao curso, o CET, no IPL e conseguiu ficar lá até ao fim! Valente!

1 comentário:

  1. Eu sei bem o que é não ter veias ou melhor ter as veias secas, na verdade fiquei por outros moticos porque injectava heroina e cocaina e a cocaina era em pedra ou seja cozida em amoníaco, e sequei as veias, hoje ir tirar sangue é um suplicio, um terror, mas neste caso é mia culpa

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